Não é verdade que conferir os orçamentos – uma tarefa trabalhosa – seria dispensável ou, pelo fato de computador não errar a conta, desnecessário. Conferir os orçamentos é uma obrigação do Orçamentista! Veja também A Máquina de Enganar Trouxa – II
O (incansável) Borduna
É o mais modesto e o mais querido dos 3 personagens. Um peão de obra que recebeu este nome por sua extrema franqueza e a dureza de suas conclusões.
Embora não demonstre, é muito sensível. Sua música predileta é Torresmo à Milanesa por zombar de sua própria desgraça. Aprecia o Cordel, mas prefere se calar a respeito para não ser rotulado de um mero heterônimo do Pimpão (para ele, burguês incorrigível).
Nosso texto que melhor o define, não custa repetir, é:
Seu Amigo o Peão de Obra
Não venha com esta gabarolice que peões são como crianças grandes… Peão não é criança e nem tão crescido assim. Está mais é para o sertanejo, de Euclides da Cunha, também construtor, é antes de tudo um forte. E pode ser, como aquele, bruto e meigo e, apesar da coragem, acreditar em assombração.
Mesmo subalimentado é alegre, cordial e respeitador, e sem dinheiro no bolso é bom companheiro, amigo e humilde. Se você, Engenheiro de Obra, é dos que não conseguem se compadecer ou se desvencilhar dos preconceitos contra os menos favorecidos pela sorte, errou na escolha da profissão.
Principalmente trate-o com respeito. Todo relacionamento exige isto. Se você o tratar como “bicho”, ele responderá com a única reação possível: portando-se como um bicho. Se o agradar, terá um amigo para todas as horas.
Ele chegou à obra cedo. Bem antes das 7 estava na fila do ponto. Trabalhou pesado e merece um almoço decente. Capriche em sua refeição. Não há nada que o irrite tanto quanto uma refeição inadequada. Descubra seus gostos. Lembre-se que não há obra bem tocada se o refeitório estiver desagradando.
Ouça-o e oriente-se com suas críticas. Não há mais sinceras e precisas. Principalmente se direcionadas à sua própria administração. Mais que qualquer outro funcionário da empresa estará ele sabendo sobre a produtividade da obra, que lhe é filtrada do próprio suor.
Os resultados da obra, aliás, não só dependem mas são méritos dele. Faça-o enxergar isto.
Impressione-o com camaradagens e humor. O elogio, como a nenhum outro indivíduo, cai-lhe como uma benção. Seja mesmo astucioso. Nesta relação de trabalho ele nunca irá perceber que entre os dois, quem mais precisa do outro é você.
Não o amedronte usando sua condição de chefe e nunca lhe dê ordens diretas, atravessando o organograma.
Saiba que a firmeza, a liderança, o humor e o caráter do chefe da obra, estão entre as notícias que mais se espalham, e sempre em manchete nas rádios-peões.
Não se faça de ocupado para impressioná-lo. Retribua-lhe seus bons-dias. Afinal você está em campo, num local de trabalho arejado, de respeito e educação, e não em um mofado escritório na Avenida Paulista.
O trabalho é pesado, mas não lhe negue. Não há mais impróprio lugar para rixas e picuinhas que em uma obra. Se quer ser admirado, não aceite bajuladores em sua sala.
Preocupe-se em lhe dar condições seguras de trabalho e cientificar-lhe disto.
Jamais tenha medo do peão, até porque ele não é de briga e não morde. Além de ofendê-lo gravemente, você perderá autoridade e respeito. Neste caso o insucesso da obra, e o seu, serão iminentes.
Sobretudo goste do peão. Ele é parte significativa de seu ofício e faz por merecer. Sua companhia é agradabilíssima, seu humor irresistível, e está dispondo-se, em troca de algum reconhecimento pelo seu trabalho, a admirá-lo.
A.G.S.
A Fome
O grande problema do Brasil é a fome. Se não fossem esses famintos, nós, os abastados, seríamos bem mais felizes.
Frentes de Serviço
Aliás prática ensina que para vencer tarefas em curto prazo é preferível abrir muitas frentes de serviço menores simultaneamente. Do que empregar parte substancial dos recursos para executar grandes frentes uma depois da outra afinal. Veja Também: Das Metodologias, Trabalhador Borduna é Sociologia
Trabalhador Borduna é Sociologia
O respeito ao trabalho alheio é uma questão humana e ética. Em obras é mais que isto: o respeito ao trabalhador é fator de produção e, portanto, de identidade profissional e competência da chefia. Veja Também: Método Luiz Inácio de Produção de Obra
Gênios da Lean, da Toyota e da Qualidade Total
Gato Bonifácio: Mestre! Como é que você bate de frente com uma quantidade tão grande de gênios da Lean, da Toyota e da Qualidade Total e nem fica vermelho? Borduna: É que gênio não vai em obras. Gênio fica em casa pensando e tomando cerveja. Veja também Da Responsabilidade
Horário da Obra
É importante colocar na obra uma sirene para tocar na hora de entrada, do almoço e a tarde. Não para agradar o peão, mas para ensiná-lo a aguardar o horário certo e não sair de fininho, para comer mais cedo.
Método Luiz Inácio de Produção de Obra
Os países, todos sabem, obtém seu máximo desenvolvimento quando o desemprego está próximo de 0 (zero). Em palavras mais claras se todos produzirem ou trabalharem o desenvolvimento será sempre o maior possível.
Comportamento em Obra
Regra de Comportamento RC1 –
Os puxa-sacos, todos sabem, existem nas formas ativas e passivas. Um não sobrevive sem o outro.
Contrários ao relacionamento saudável e à sociedade, os puxa-sacos não vieram para acrescentar ou convencer, não buscam o convívio normal, ignoram as amizades e a admiração geral.