O Blog assume (e comprova) que os corruptos são os políticos e não as construtoras. Que as maracutaias, desde sempre. Partiram dos políticos que a impuseram como condição para vencer as licitações.
Embora as leis os igualem e as emendas de lei foram aperfeiçoadas para proteger os políticos, as construtoras se passam por responsáveis.
Há exceções, é verdade, mas pouquíssimos são os casos de tentativa de suborno: um político molestado acusar uma construtora por tentar seduzi-lo. Pouquíssimos os nenhum.
Além do mais os que embolsam a grana é que são os bandidos e não os que o desembolsam, geralmente forçados.
É penoso afirmar, mas a única opção para a construtora de obras públicas evitar a corrupção é fechando as portas. Sequer pode-se afirmar que a responsabilidade seria repartida: não se justificaria um conluio em que uma das partes fica sujeita a multas altíssimas por atraso no prazo de entrega da obra.
Após anos arregimentando verbas, estudos de viabilidade, projetos, aprovações, licitações, construção, etc., sempre demoradas, a construtora ter que pagar multas exorbitantes por dia de atraso.
Tais multas – provas de que o político é o responsável majoritário – só são aplicadas para evitar que a construção (e suas conseqüentes medições) se estendam à administração seguinte (definida por novas e imprevisíveis eleições) e não seria mais possível reter a “comissão” pactuada, possíveis com somente com as medições e pagamento dos serviços.
Veja a segunda parte, A Máquina de Enganar Trouxa – II
Veja a terceira parte, A Máquina de Enganar Trouxa – III
Veja também Realizar, Reformar e Resolver
Não concordo com a afirmação de quem corrompe é o político. Quando uma construtora na licitação, oferece descontos de até 30% no preço já orçado em padrões minimos, é o construtor contando com reajustes e aditivos pactuados com seus corrompidos.
Por mais violento que seja o argumento contrário, por mais bem formulado, eu tenho sempre uma resposta que fecha a boca de qualquer um: «Você têm toda a razão».
– Millôr Fernandes